De boa apresentação, figura bem cuidada, cabelo grisalho, fato cinzento-escuro, camisa azul clara e gravata azul escura. Este é o Sr. Thomáz que foi "entregue" a Cláudia, como o seu novo colega e, para fazer a visita pela empresa, pelos vários departamentos, e ser apresentado a todos os colegas.
(Cláudia): A primeira palavra que trocámos foi a nossa apresentação. Agora, que estou sozinha com o Thomáz, num tom mais informal, à primeira vista, dá para notar a sua voz, suave, palavras pausadas e apresentando a imagem de alguém muito calmo e social.
Percorremos os vários departamentos da empresa e, enquanto isso, nos intervalos destas apresentações sempre houve tempo para uma conversa extra e um pouco mais relacionada connosco, quer dizer, sobre as funções que irá desempenhar no departamento. Não me parece que seja uma pessoa com dificuldades em estabelecer o diálogo.
O tempo corre e estamos a meio da manhã. As apresentações continuam e, uma pergunta do Thomáz.
Thomáz - Será que podemos tomar um cafezinho? É apenas para eu descontrair. É o primeiro dia.
Cláudia - Claro. Claro que podemos tomar um cafezinho.
Thomáz - Então podemos... Deixa-me convidá-la?
Cláudia - Aceito. Temos o nosso refeitório, onde nos podemos sentar um pouco.
Thomáz - Óptimo, no refeitório... Já me fazia falta. Sou um viciado em café.
(Cláudia): Sentámo-nos e bebemos o café sendo que, pelo meio, como que adolescente, tentei estabelecer um diálogo aberto mas... a confiança ainda é curta e uma certa timidez me absorve. Olho para o Thomáz mas as palavras ficam-se-me presas na boca e secam a conversa, que mais não seria, senão e, apenas sobre trabalho... pensava eu, porque o Thomáz pergunta-me:
Thomáz - Cláudia, posso tratá-la por tu? Se não levar a mal e já que vamos estar todo o dia, todos os dias, em contacto um com o outro e no mesmo departamento?
Cláudia - Claro que sim! sim, sim...claro!
Cláudia reage e é visível o seu embaraço. Nota-se nitidamente o rosado do seu rosto denunciando um tom mais vivo, corado. Um movimento de mãos ajeitando seu cabelo para trás das orelhas e voltando a esfrega-las uma na outra, ligeiramente suadas.
O seu café, a sua chávena, ainda estava a meio, motivo para outra pergunta do Thomáz:
Thomáz - Cláudia, não terminas o teu café?
Cláudia - Haaa…ah, não. Já não me apetece mais... e já está frio.
Thomáz - Eu vou buscar outro.
Cláudia - Não, não Thomáz, deixe, quer dizer... deixa. Não me apetece mesmo.
Cláudia - Haaa…ah, não. Já não me apetece mais... e já está frio.
Thomáz - Eu vou buscar outro.
Cláudia - Não, não Thomáz, deixe, quer dizer... deixa. Não me apetece mesmo.
Levantam-se, pondo fim a esta curta pausa mas, eis que são surpreendidos pela entrada do director no refeitório que, em voz alta, pergunta:
Director - Já vão embora? Já agora esperem.
Cláudia ficou pior do que estava. Mãos frias, suadas, e agora, um tremor nas pernas acompanhado de uma “súbita” vontade de ir à casa de banho. Contudo, reflete:
(Cláudia): Calma, calma Cláudia. É apenas o director, que mal tem isso?
Cláudia ficou pior do que estava. Mãos frias, suadas, e agora, um tremor nas pernas acompanhado de uma “súbita” vontade de ir à casa de banho. Contudo, reflete:
(Cláudia): Calma, calma Cláudia. É apenas o director, que mal tem isso?
O director pega numa água com gás, chega-se à mesa e, com elegância, pergunta:
Director - Posso fazer companhia? Sentem-se mais um pouco.
Cláudia - É... já estava-mos de saída Sr. Director.
Director - Fernando. Trate-me por Fernando, Cláudia.
(Cláudia): Meu Deus. Que faço?
Cláudia - É... já estava-mos de saída Sr. Director.
Director - Fernando. Trate-me por Fernando, Cláudia.
(Cláudia): Meu Deus. Que faço?
Levou a mão ao bolso e apertou a pedrinha...
13 comentários:
A pedrinha é o seu "porto seguro"!!!
Beijos.
Que desconforto o da Cláudia! Ainda bem que existe a sua pedrinha da calma. Eu sempre aperto nesses momentos o brinco e o lóbulo da orelha sofre.
Cada um com seu "porto seguro".
Esqueci...
Beijokas doces e um maravilhoso fim de semana
A pedrinha será mesmo um refúgio certo?!
... "o" refúgio certo?!
'Ler os pensamentos da Claúdia', fazem-me sentir inquietada.
Parece que adivinha alguma 'tempestade' na sua vida, pelo menos na área profissional.
O diretor querer que o trate por Fernando? Hum! Aqui tem coisa, cheira-me!
O Thomaz? Mero colega de deparamento?
Uma certeza: a pedrinha. Fico com ela, se não te importares.
Beijo.
:)
like it
A pedrinha que reconforta...hm...e que dá força...que acalma!
Como já alguem disse, um porto seguro, talvez.
Um amuleto é sempre sinal de boa sorte, nos acalma te-lo tão proximo. Esta historia começa a ter um suspense delicioso...gosto disso, gosto da forma como vc descreve os acontecimentos. Sempre deixa algo no ar. Parabéns sempre e tenha uma semana bastante iluminada e produtiva.
irónico o texto... em especial o fim!! julgo que com as mãos tão molhadas/transpiradas, a pedra consiga ser apertada.
eu, pergunto-me, é o que o senhor director estaria procurando de facto, ao convidar os dois... em especial a novata Cláudia... como seria ela mesmo??
Bons padrinhos, os moços!!
abrço
:)) ai ai... não queria estar na pele da Cláudia ;))
... a pedrinha vai dar uma ajuda ;))
p.s.- demorei a chegar, desculpa, é que me perdi pelo caminho ;))
beijo.
até logo.
Tenho de concordar (:
Querido ponto e vírgula.
Deixei-te um selo.
O teu blog inspira-me!
beijinho.
Há algo de suspense nesta Cláudia.
Aquela pedrinha não é só um escape... Há mais.
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