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março 30, 2012

... a mancha

venho da cozinha para a sala e dou com ela no topo do escadote...

pergunto-lhe: que fazes aí?
responde-me: hoje é dia de limpezas e faz tempo que não limpo a parte de cima deste móvel.
agarro-me ao escadote, olho para cima e pergunto-lhe: e porque não me chamaste? é um perigo estares no escadote...
respondeu: nada disso. estou bem firme e segura. olhajá agora vai humedecer-me este pano.

peguei o pano e continuei agarrado ao escadote.
ao que ela me pergunta: ainda aí estás, especado a olhar para cima? e o pano, já está molhado?
disse-lhe: não, não está. tenho medo de largar o escadote... e se tu cais?
logo respondeu: não digas tolices e vai humedecer o pano.
fui (rápido) e voltei, agarrando-me ao escadote, dizendo para ela: está aqui.
aceitou e de novo me pede: agora leva este e passa-o por água. mas esse, passa-o muito bem por água.

peguei o pano, mas fiquei agarrado ao escadote e olhava, olhava...   
passaram alguns minutos e ela pergunta-me: o quê, ainda não foste molhar o pano? homem, larga o escadote, está descansado que eu não caio. vai molhar o pano,... vávává.
não tive outra opção e lá fui (rápido como convinha). cheguei e disse: toma... e agarrei-me ao escadote.
poucos minutos passados e pergunta-me: mas estás a olhar para onde?
respondi: para ali, para aquela pequena mancha. estica-te um pouquinho e vê se consegues limpá-la.
pergunta-me: aonde? é que eu não a vejo... é aqui?
respondo: nnnão, é um pouquinho mais para a frente.
pergunta: aqui?
respondi: mais um pouquinho..., aí mesmo. cuidado...
diz: pronto...
e digo-lhe eu: não, ainda não está... ainda se nota.
retoca de novo, perguntando: e agora, já está?
ao que respondo: qqquase. mais um bocadinho... isso, isso, estás quase.
enfurecida diz: mau... então vem cá tu que eu nem sequer vejo essa mancha que tu vês.
sorrio e respondo-lhe:



pois não, não vês. eu também nunca a vi...
mas adoro ver as tuas pernas. nunca as tinha visto deste ângulo, nessa posição.
hummmm... as tuas pernas são lindas.
atraentes, sedutoras!
que limpeza "arriscada" ...
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março 25, 2012

... o candeeiro

deitados na cama, e disfarçadamente, acendo o candeeiro da minha mesa de cabeceira.
finjo que estou num sono profundo, ressonando até um pouco e...

baixinho, ela chama por mim e diz: olha a luz acesa.
eu, não dou sinal de acordar e faço: rrrrrrrrrrrrrrrrrr...
e ela diz: dorme que nem uma pedra. bem, deixa-me apagar o candeeiro.
mal se volta a deitar, eu repito: hummmm... rrrrrrrrrrrrr... e disfarçadamente, acendo o candeeiro.
de novo, ela me chama, me toca e diz: acorda, não ouves. acorda e apaga a luz.
ao que volto a fazer: rrrrrrrrrrrrrrr...
e ela, novamente: ora a minha vida. mas que se passa com o candeeiro? bom, vamos ver se é desta. deixa-me apagar.
eu, mantenho o enredo e outra vez: hummmm... rrrrrrrrrrrrrrr... e toca de acender o candeeiro.
nada satisfeita com a situação, vira-se de novo e diz: mas, ouves ou não?
a porra do candeeiro não faz outra coisa. eu apago, e ele volta a acender-se.
e eu: hummmm... rrrrrrrrrrrrrrr...
ela, em fúria, abana-me decidida e diz: nem rrrrrrrrrrrrr... nem hummmm... desta vez vais acordar e ver o que o candeeiro tem.
acordado (como sempre estive) respondo-lhe:




o candeiro não tem nada, eu é que tenho...
adoooro sentir os teus seios a passarem pela minha cara...!!! hummmmmmmm...

março 15, 2012

... baunilha vs bolonhesa

de regresso a casa, e mal abrimos a porta...

disse-me: hoje, vamos os dois para a cozinha.
perguntei-lhe: opsss... para?
respondeu-me: vamos os dois cozinhar.
disse-lhe: boa, boa ideia. huuummm...baunilha.
disse-me: qual baunilha? passa-me o tabuleiro, e o azeite.
fui buscar e, ao seu ouvido, segredei-lhe: ahhh...baunilha.
pediu-me: agora dás-me o alho, a cebola, o tomate...e deixa a baunilha.
e eu disse: uhauuu...baunilha.
perguntou e pediu-me: mas, estás com fome de baunilha? então dá-me aquela carne picada e trás também a pimenta, o colorau, uiii... e o sal, que já me esquecia.
fui, voltei e sussurrei-lhe: bauuunilhaaa...
ao que disse: estás de todo. hoje deu-te para o desejo. olha, vai buscar o esparguete...ahh, e a garrafa de vinho branco. falta pôr um pouquinho de vinho branco...mas tu não bebesjá não estás bom...
entreguei-lhe e soletrei-lhe: b.a.u.n.i.l.h.a...
ao que me disse: vais ter de me explicar muito bem essa paranóia com a baunilha. entretanto, vai pondo a mesa.
mesa posta, e com as minhas mãos acariciei o seu pescoço e disse: bauuunilhaaa...
no imediato, disse-me:, vamos comer...e trás o ketchup. agora, vou-te dizer:
isto, chama-se bolonhesa e não...baunilha, entendes?
respondi:





e baunilha, é o teu perfume. é o aroma do teu corpo, aquele que me seduz, me põe louco. e agora, entendes...???

março 09, 2012

... a televisão

em casa, sentados no sofá e com um abanão no meu ombro...

disse-me: eiiii... estás vidrado na televisão!
retorqui: não, não estou!
disse-me: até parece. nem pestanejas!
retorqui: não, não estou!
e disse: como não? nem mexes a cara, não olhas para mim. é como se eu não estivesse aqui.
retorqui: não, não estou!
disse-me : pois não, nem sabes o que dizes! adoras televisão!
retorqui: não, não estou!
revoltada, disse: vou apagar aquilo. não vês outra coisa. televisão... televisão... televisão!
apavorado, virei-me para ela e gritei-lhe, pedindo:





não, não te levantes daqui. e quero os teus pés onde estão... nesse puff.
os teus pés... descalços, tiram-me de mim, sequestram o meu olhar, tudo o resto é escuridão... não vês isso?
seduzes-me enquanto pintas as suas unhas. continua,...
e pára de veres televisão,...???

março 05, 2012

... na esplanada

disse-me: huummm... que gostinho bom, estar aqui contigo.
respondi: A... (interrompeu-me).
olhou-me e disse: mas não me estás a ligar nenhuma.
na resposta: A... (interrompeu-me).
insiste: eu, aqui, à espera de um carinho teu, uma palavra e tu... nada.
peguei-lhe a mão e disse: A... (interrompeu-me).
puxa da mão, dizendo: isso, agora disfarça. ahhh... deixa-me.
levantei-me, atirei as chávenas para o chão, e disse-lhe bem alto:




Amo-te!!!
puxa, não me interrompas...

março 02, 2012

... pequeno almoço

já sentado, com o pequeno almoço acabadinho de fazer, espero a companhia dela. está a sair do banho.
chega, ainda de roupão e agitando os seus cabelos para secarem e tomarem forma...

disse-me: bom dia... hummm, que cheirinho bom. que fizeste?
não respondi.
voltou a perguntar-me: hellooo... não me ouves, que cheirinho é este?
não respondi.
pergunta-me: vá lá, diz-me o que fizeste. ou tenho de ir ver?
não respondi.
outra pergunta e já sentada na minha frente: que olhar é esse tão, tão terno?
não respondi.
pega na minha mão e nova pergunta: que tens? porque estás tão fixado em mim, com essa cara, e não me dizes que cheirinho bom é este? ok... vou ver!
respondi.




a tua essência, tão natural, tão pura, imobiliza todo o meu ser e desliza por todo o meu corpo...! como podes falar de outros cheiros... que não existem!